sexta-feira, outubro 31, 2008

Se o Vasco cair, acabou...

Ainda estou em estado de choque. O Rio de Janeiro teve a chance de mostrar para o Brasil de que aqui não se faz política com boca-de-urna, campanha suja, panfletos negativos. Era só votar para dizer que a máquina pública não elege ninguém. Na nossa cidade, quem elege o prefeito somos nós. O Rio de Janeiro teve a oportunidade de escolher alguém que fez uma campanha propositiva e não só prometeu melhorar saúde, educação e baixar impostos. Só o fato das ruas não ficarem inundadas de panfletos e cartazes já era o suficiente para acreditar que o Gabeira se importava mais com a cidade do que o Eduardo Paes. Mas se o próprio carioca se importasse com o Rio, não tinha viajado para aproveitar o final de semana prolongado propiciado pelo Cabral. O Rio de Janeiro está abandonado. Abandonado pelo TRE que permite que os candidatos e governantes descumpram as leis eleitorais, atacando o que há de mais valioso nessa pretensa democracia: o processo eletivo. E, principalmente, pelos próprios cariocas, que trocaram um feriado por mais quatro anos. Pegar um solzinho na região dos lagos deve ser mais importante do que cuidar da própria cidade. Não adianta virem publicitários dizerem que a grande votação em Gabeira já foi uma vitória. Não foi. Porque os processos de curral eleitoral, o lanchinho para o eleitor, o populismo tosco conseguiram vencer o sopro verde de renovação política. Em janeiro de 2009, ninguém mais vai lembrar dos sonhos que encheram quase metade dessa cidade de esperança. E mesmo agora, já podemos ver que a maioria dos cariocas joga lixo na rua como se fosse algo natural. A expressiva eleição no Gabeira não mudou a forma de pensar do Rio de Janeiro, coisa que talvez sua eleição fizesse.

PS: Coloco o Rio de Janeiro e o carioca como um coletivo só pois estamos falando aqui de democracia representativa, onde quem se impõe é a maioria simples.

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