terça-feira, novembro 25, 2008

Luz azul no fim do túnel

Faltam duas rodadas para acabar o campeonato e parece que o Vasco vai mesmo cair. Toda a onda verde que cobriu o Rio durante a campanha do Gabeira já sumiu e ele próprio colocou a viola no saco e desapareceu. A crise econômica chegou mesmo e minhas poucas economias estão sendo dilapidadas pela Petrobrás e a Vale. Mas, acredite se quiser, nem tudo está perdido. Descobri recentemente que Eduardo Paes é portelense! Quem sabe ele não distribui panfletos apócrifos contra a Beija-Flor e leva minha Portela ao fim deste enorme jejum de campeonatos? Em Roma haja como os romanos. Ainda há uma luz, sim, no fim do túnel. Ela está brilhando em fevereiro e é Azul.

sexta-feira, outubro 31, 2008

Cowboy Fora-da-lei

Minha última postagem sobre as eleições para prefeito 2008. Uma homenagem ao Gabeira:

Cowboy Fora-da-lei


Composição: Raul Seixas e Claudio Roberto



Mamãe, não quero ser prefeito
Pode ser que eu seja eleito
E alguém pode querer me assassinar
Eu não preciso ler jornais
Mentir sozinho eu sou capaz
Não quero ir de encontro ao azar
Papai não quero provar nada
Eu já servi à Pátria amada
E todo mundo cobra minha luz
Oh, coitado, foi tão cedo
Deus me livre, eu tenho medo
Morrer dependurado numa cruz

Eu não sou besta pra tirar onda de herói
Sou vacinado, eu sou cowboy
Cowboy fora da lei
Durango Kid só existe no gibi
E quem quiser que fique aqui
Entrar pra historia é com vocês!

Se o Vasco cair, acabou...

Ainda estou em estado de choque. O Rio de Janeiro teve a chance de mostrar para o Brasil de que aqui não se faz política com boca-de-urna, campanha suja, panfletos negativos. Era só votar para dizer que a máquina pública não elege ninguém. Na nossa cidade, quem elege o prefeito somos nós. O Rio de Janeiro teve a oportunidade de escolher alguém que fez uma campanha propositiva e não só prometeu melhorar saúde, educação e baixar impostos. Só o fato das ruas não ficarem inundadas de panfletos e cartazes já era o suficiente para acreditar que o Gabeira se importava mais com a cidade do que o Eduardo Paes. Mas se o próprio carioca se importasse com o Rio, não tinha viajado para aproveitar o final de semana prolongado propiciado pelo Cabral. O Rio de Janeiro está abandonado. Abandonado pelo TRE que permite que os candidatos e governantes descumpram as leis eleitorais, atacando o que há de mais valioso nessa pretensa democracia: o processo eletivo. E, principalmente, pelos próprios cariocas, que trocaram um feriado por mais quatro anos. Pegar um solzinho na região dos lagos deve ser mais importante do que cuidar da própria cidade. Não adianta virem publicitários dizerem que a grande votação em Gabeira já foi uma vitória. Não foi. Porque os processos de curral eleitoral, o lanchinho para o eleitor, o populismo tosco conseguiram vencer o sopro verde de renovação política. Em janeiro de 2009, ninguém mais vai lembrar dos sonhos que encheram quase metade dessa cidade de esperança. E mesmo agora, já podemos ver que a maioria dos cariocas joga lixo na rua como se fosse algo natural. A expressiva eleição no Gabeira não mudou a forma de pensar do Rio de Janeiro, coisa que talvez sua eleição fizesse.

PS: Coloco o Rio de Janeiro e o carioca como um coletivo só pois estamos falando aqui de democracia representativa, onde quem se impõe é a maioria simples.

segunda-feira, outubro 20, 2008

Jogo das 7 Letras

Diante da polêmica do analfabeto das 7 letras, lanço o seguinte desafio: será possível escrever uma poesia, utilizando apenas 7 letras? Ou mesmo uma história?
Que comecem os jogos: quem consegue escrever uma história, uma poesia, ou uma música de axé com apenas 7 letras? As letras podem ser repetidas o quanto for necessário, mas o texto precisa ter sentido. Não é uma frase! Afinal, o Paulo Coelho já deu sua declaração defintiva sobre as frases. Não é por acaso que ele é o maior intelectual do Brasil... segundo palavras dele mesmo... ai, ai... Uma frase é uma frase! E o que queremos aqui é uma história, uma poesia ou uma letra de axé! Sem sentenças de auto-ajuda barata copiadas da internet!

quarta-feira, outubro 15, 2008

A árvore, o filho e o livro

Lançado pela 7 Letras, o livro "O Anafalbeto que passou no vestibular" levou-me ontem à uma reflexão profunda... teria o analfabeto, além de passado no vestibular, escrito o livro? E se o fez, teria ele escolhido, ironicamente, a editora 7 letras para lançá-lo? Conheceria o analfabeto mais do que 7 letras e, se o fizesse, seria analfabeto, ou semi-analfabeto? E por último, mas não menos importante: é possível escrever um livro com apenas 7 letras, sendo, ou não analfabeto? São perguntas que apenas a leitura do livro pode responder. Ou seja... perguntas que ficarão sem resposta...

Segundo Round, ou Minha Terra Tem Palmeira

Os últimos instantes do primeiro turno da corrida pela prefeitura da cidade do Rio de Janeiro foram surpreendentes. Só não foram mais surpreendentes do que os primeiros instantes do segundo turno, quando o Gabeira apareceu como concorrente de Eduardo Paes. A eleição carioca é muito interessante: de um lado um candidato historicamente ligado à direita pleiteando a imagem de aglutinador da esquerda progressista, do outro um candidato com uma trajetória fortemente de esquerda em coalizão com o que há de pior do conservadorismo nacional. A conclusão é a seguinte: a campanha foi despolitizada. Não há mais posições ou ideologias políticas e a escolha do candidato passa por outros critérios que não as legendas as quais aparecem ao lado de seu nome. Eis o fim de qualquer ilusão de que a política pode ser levada a sério no Rio de Janeiro. Escolha-se o candidato por características pessoais, porque qualquer caminho público tomado anteriormente pode ser desfeito em uma ridícula carta de desculpas. De fato, não há muito mais o que falar sobre esse assunto. Depois que Vladimir Palmeira (ex-líder estudantil de 68, preso político) resolveu apoiar Eduardo Paes, qualquer resquício de ideologia desceu fundo nas densas águas da nossa Baía de Guanabara. Tudo bem que dentro de uma mente marxista pode parecer inevitável concordar com a posição tomada pelo partido (e não vou perder tempo aqui discutindo o que é o PT do Rio... pelo menos não hoje). Mas, meu querido Vladimir... vai pra casa. A Benedita, o Edson Santos e o Bittar resolveram apoiar o Paes por causa de meia dúzia de cargos no governo do Sérgio Cabral? É compreensível... Mas você, Vladimir, fica em casa. É melhor do que dizer que o Paes é um candidato que tem "história". Menos do que uma traição ao Gabeira (estou falando daquele de 68), é um acinte à nossa inteligência. O que é isso companheiro?

terça-feira, abril 08, 2008

sexta-feira, março 28, 2008

Eleições 2008 - Primeira análise

Assumindo essa minha onda de postagens com teor político, farei a primeira análise das eleições municipais de 2008. Embora as candidaturas não estejam fechadas, já podemos ter uma idéia da quantidade de bizarrices que vêm por aí.

Ontem, Sérgio Cabral anunciou o apoio ao candidato do PT, Alessandro Molon. Anunciou assim mesmo. Sem avisar ninguém. Nem o próprio candidato que disse ter ficado sabendo do apoio através da imprensa. A partir desta sólida aliança, Cabral conseguiu manter sua posição de capacho do Lula (situação que o mantém com boa popularidade, apesar da sua ineficiência administrativa), isolou o moleque Anthony Garotinho e deixou o Bispo Crivella de cabelo em pé. Dentro de todas as surpresas causadas pela movimentação de Cabral, uma me chamou atenção em particular: parece que pela primeira vez o PT com a intenção de ganhar na capital do RJ. O Rio de Janeiro, ao menos nesta eleição, deverá deixar de ser moeda de troca do diretório nacional do partido. Juntando Cabral e Lula em torno de um candidato, relegando Crivella à segundo palanque, o PT parece estar apostando alto em Molon.

O candidato da Igreja Universal tremeu nas bases. A única característica que o desvincula do fanatismo religioso é a base dada por Lula. E ela acabou de romper sua primeira rachadura. É surpreendente que, no Rio de Janeiro, a declaração pejorativa referente a Gabeira não cause imediata repulsa pelo bispo. "Gabeira defende homem com homem e a maconha." Eis o nível da campanha que começava a ser desenhado. A entrada de Molon se tem algo de positivo, talvez esteja na necessidade de se elevar este nível, a despeito do apoio de Don Picciani. Crivella é um candidato homofóbico. Independente de religião, a intolerância precisa contar como algo negativo na carreira de um político!

Gabeira é o candidato folclórico. Fez uma coligação esdrúxula (PV-PSDB-PPS), onde o único partido possuidor de uma ideologia é o dos tucanos. Isto caracteriza a candidatura de Gabeira como um voto na direita. Esdrúxulo! A esquerda festiva resolveu desfilar de tanguinha nos posto 9... de novo. Conta a seu favor, a força de sua figura. O Gabeira é aquela coisa engraçada que a gente gosta de ver na TV. É uma pessoa que teve a trajetória histórica transformada em ícone pop. Isto acaba superando o caráter conservador de sua chapa. Quem votar no Gabeira, vai votar em sua figura, esquecendo o que está por trás da campanha. O Gabeira é o Macaco Tião de 2008.

O atual prefeito está vendo que a candidatura de Solange Amaral não vai decolar. Rolam boatos que seria substituída por Ronaldo Cezar Coelho que possui duas vantagens em relação a ela: possui Cezar no nome (apesar do Z) e, graças ao irmão, possui um pequeno conhecimento sobre as regras do futebol.

Por falar em futebol, na ponta esquerda corre Chico Alencar. Político respeitável, até filiar-se ao eleitoreiro PSOL. Ok. Todos os partidos são eleitoreiros, mas o PSOL finge que não é, finge que nasceu da desilusão com o PT. Pessoalmente, Chico está atirado para tudo que é lado. Em uma declaração recente detonou o ex-aliado Molon. Nada mais eleitoreiro, visto que eles disputam o mesmo tipo de voto.

O PC do B vai insistir com Jandira. Ainda sem escova progressiva e com pouca credibilidade. Foi apontada pelas pesquisas como o candidato de maior potencial do PC do B no Brasil... pra você ver como eles andam mal das pernas.

Há ainda o candidato do PDT, Paulo Ramos. Mas, convenhamos: quem é Paulo Ramos? Mais um candidato do PDT só pra cumprir tabela.

Muita coisa ainda pode mudar. As convenções dos partidos ainda precisam confirmar as candidaturas, mas tudo indica que teremos uma eleição com os votos bastante divididos. Eu não abro mão: voto no Raul Seixas, assim que ele mudar seu domicílio eleitoral para o Rio. Enquanto isso não acontece, voto no mosquito da dengue. Afinal, é ele que está mandando por aqui mesmo.

segunda-feira, março 24, 2008

Assim caminha a humanidade

Alguém que passou os últimos anos viajando entre os planetas que não a Terra, pode se animar ao ver que os dois pré-candidatos democratas a presidente do mundo são um negro e uma mulher. "Sinais de tempos progressistas, é um avanço que setores excluídos da sociedade estejam pleiteando cargo tão importante." Então, alguém mais avisado, que preferiu não sair daqui, avisa que a Condoleeza Rice é mulher e é negra, ao mesmo tempo. E sem saber porque, o ex-viajante espacial sente um sombrio arrepio correndo-lhe a espinha. Afinal, presidente dos EUA, é sempre presidente dos EUA. E o último deles escolheu Condoleeza para ser sua principal mão de ferro...

quarta-feira, março 12, 2008

Passou

Quase comentei um monte de coisas aqui. Quase. Vou comentar a primeira delas.

Li uma notícia, logo depois do carnaval, dizendo que a prefeitura do Rio tinha calculado as necessidades do carnaval de 2008, com base no carnaval de 2007. Quer dizer, calcularam algum aumento, mas acabaram surpreendidos, pois a porcentagem extra de banheiros públicos acabou sendo muito menor do que a porcentagem extra de blocos que encheram as ruas cariocas. Não entendi muito bem como eles foram tão surpreendidos assim, já que os blocos se inscrevem na prefeitura, permitindo que haja certo censo do crescimento folião.

César Maia disse que fez o que pôde. E mais: que a estrutura do carnaval de 2009 será calculada a partir do de 2008. Ou seja, ele vai insistir no erro. Os blocos têm se multiplicado e o carnaval de rua está de volta ao Rio de Janeiro, definitivamente. Somado a isso, a proximidade do carnaval com o ano novo fez com que menos pessoas viajassem e, portanto, aproveitassem o período por aqui mesmo. Mas como César não deve gostar que a cidade fique cheia, comentou: "Espero que eles não cresçam mais...". Isso mesmo. Nosso prefeito espera que o carnaval de rua de nossa cidade, não cresça mais. Tratou dos blocos quase como ervas daninhas. Todo mundo já sabia que ele era ruim da cabeça, mas agora ficou claro que ele também é doente do pé. Ah, César. Nossa sorte é que o jornal O Globo decidiu que você não vai mais ser prefeito por aqui. Que tal tentar a candidatura em Paris?

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Eu não desisti

Eu não desisti do Blog. Vou escrever, mas, enquanto não o faço, deixou o link do meu filme que está no YouTube. Podem comentar por aqui, mesmo.

http://br.youtube.com/watch?v=cHJgWxltv90

quinta-feira, janeiro 31, 2008

To me guardando pra quando...

Devido à proximidade do feriado, resolvi aferir as provisões da minha torre e percebi que estou vivendo em carestia.
Não devo escrever nos próximos dias porque saí pra comprar pão.

Até quarta!

terça-feira, janeiro 22, 2008

Votação encerrada, ou por que as pessoas votaram em alternativas próprias

A votação está encerrada. Precisei de algum tempo para apuras os votos, devido à enxurrada de leitores ocasionais que resolveram soltar a voz no espaço mais democrático da internet.
Entretanto, tomei uma decisão autoritária. 50% dos leitores, escolherem por alguma alternativa que não lhes foi dada. Achei isso excelente, pois prova que as pessoas se sentiram a vontade para opinar a esmo, ignorando qualquer tipo de alternativa pré-estabelecida. Alguns votaram por uma Londres melancólica, em tempos de rock ´n roll, perdidos em poucas bandas inglesas que ainda resistem. Foi um voto bonito, confesso. Votar em algo que já quase não existe, é um voto romântico-retrógrado, desprezando o presente e clamando pelo passado.
Outros votaram na capacidade dos europeus de ficarem parados esperando o sinal abrir. Realmente é algo digno de nota. Os caras fazem ônibus na altura do chão para deficientes (apesar de terem queimado grande parte deles durante o nazismo), respeitam os sinais, não jogam lixo no chão. A civilidade européia merece uma lembrança, mas este voto vai ser invalidado, como forma educativa. Afinal, na Europa, ninguém votaria em algo que não foi proposto pela enquete.
Houve apenas uma pessoa que optou por Portugal e Algarves (o que é Algarves???), relembrando o valor da língua e sua relação fundamental com este blog, sem a qual ele fatalmente não existiria. Este voto, apesar de único, foi considerado pela comissão julgadora hors-concours.
O grande vencedor da noite foi Amsterdam, com 28,5% dos votos válidos. Só não sei explicar porque... acho que é porque... sei lá...

terça-feira, janeiro 15, 2008

O milagre dos Bad Taste Bears, ou a sociedade de consumo invadindo o quarto do escritor

Dentre muitas coisas que descobri na Europa uma vem me perseguindo. A despeito de catedrais faraônicas, idades médias, reis, rainhas e arlequins, há algo de sórdido nos reinos e nas democracias liberais da Europa: os Bad Taste Bears.
Vou me dar o trabalho de traduzir: são bonecos de ursos, de mais ou menos 15cm de altura, fazendo coisas de mal gosto. Vai do dedo no nariz à zoofilia, passando pelo sadomasoquismo, as torturas medievais e sátiras à ícones pops.
São produzidos pela Piranha Studios que, apesar do nome, não é uma concorrente da Daspu, mas uma empresa sediada em terras bretãs. Vale a pena conferir o site em www.badtastebears.com .
E aproveito para lançar a enquete: O que você mais gosta na Europa?

a) a Rainha (embora não pertença à Europa continental, é uma das poucas coroas remanescentes, ainda mais agora com a ascenção na França do jovem pop direitista Sarkozy)

b) A cidade de Pisa (responsável pelo eixo inclinado da terra e verdadeiro centro do mundo, onde apenas a torre mantém a posição vertical)

c) Paris (afinal, "nós sempre teremos Paris", como já dizia o galã Rick em Casablanca)

d) Portugal e Algarves (o que é Algarves????)

e) Os Bad Taste Bears (expressão única da contemporaneidade crítica robinhoodiana, apesar de custarem boas libras esterlinas)

f) Amsterdam (não lembro bem porque... mas era legal...)


Responda e faça comentários. O resultado será apurado nas próximas semanas.


P.S: Não, eu não estou ganhando por fazer merchandising no blog... por enquanto...

Quebrando o gelo

Ando em uma fase branca, escrevendo nada, ouvindo pouca música, bebendo mais gelo do que whisky. Talvez seja um bom momento para acatar o pedido da minha leitora única (mas que vale por três depoimentos) e reativar de fato esse blog. Pelo menos enquanto ele me tiver alguma serventia, seja comentando assuntos da minha vida privada ou da privada que é a vida neste país, embora eu mesmo não acredite em serventia alguma se não aquela conhecida quando tratamos de privada.
Continuo tendo muito sono de manhã...