quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Às elefantas

Aliás, um de meus maiores sonhos era começar um texto com "aliás". Até porque, é semanticamente incorreto. E precisava justificar o uso precipitado. O uso do "aliás" pressupõe que algum outro assunto tenha sido tratado antes. Ao invocarmos o "aliás", indiretamente fazemos referência à nossa capacidade de associação um pouco superior à dos chipanzés, segundo os biólogos. Segundo os cientistas sociais, o "aliás" é exemplo concreto da dominância do homem sobre os demais seres da Terra. Para os poetas e escritores serve para introduzir o assunto realmente importante, uma vez floreada a introdução com algo irrelevante mas bonitinho. Para mim não serve pra nada disso. Para justificar o começo de meu texto com "aliás" recorro ao reino animal. Transformo em vocativo e ensino para meus poucos leitores que, apesar de "elefanta" ser uma forma correta de denominar a fêmea do elefante, aliá também o é. E faço assim minha crônica começando por "aliás", dirigindo-me talvez a um grupo de elefantas para quem é inteligível minha forma de expressão e sem saber se o substantivo está corretamente flexionado. De qualquer forma fiz-me satisfeito e, quem sabe, quando aprenderem a ler, as aliás não vão guardar em suas vastas memórias esta singela homenagem?

Um comentário:

Anônimo disse...

Espelho espelho meu, vc só me surpreende!!Bjs